quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Repercussão do show da Nuda no Festival Dosol

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O Dosol foi um evento divertidíssimo, com grande público, de onde saímos muito satisfeitos.

O hotel era de primeira, fica em Ponta Negra, a lara era daquelas xorenow, o atendimento atencioso e prestativo. Abaixo a opinião de dois jornalistas sobre o festival:

''Primeiro dia do Festival DoSol 2009 [Parte 4 - Barulhinho Bom]
Por Shilton Roque (www.dosol.com.br)

Depois da maratona do rock, o rolé do sábado continua com a vez do baile Barulinho Bom. Quem pensava que depois da meia noite o público ia se esvair, estava enganado. Essa ótima ideia foi literalmente um baile. Iniciado pelos pernambucanos do Nuda que fez muita gente (inclusive eu) dançar no Dosol, os caras já tinham colado aqui, salvo engano no Dezembro Noize. Não consigo rotular o som dos caras para contar aqui, mas posso dizer que se encaixava totalmente na proposta do baile. Destaque para a percussão que dá um up bem up no som dos caras. Ainda rolou um cover do Caetano. Showzaço!

Dando sequência ao baile, uma banda para “quem não gosta do prensado”. O Dusouto, fez um dos melhores shows da noite. Todo mundo dançando, armazém lotado cantando o som dos caras e curtindo aquele experimentalismo: cavaquinho, guitarra, baixo, DJ e vozes repletas de efeitos. Destaque para “Outro dia”, “Old Par”, “Fazendo a Cabeça”e “Samba Souto”. Foi lindeza demais! Mulherada balançando, e um clima indescritível. A frase do show “Agradecer os nossos patrocinadores que são vocês que estão pagando 20 conto para estarem aqui”.

Chega a vez do samba-rock, o Orquestra Boca Seca tem a responsabilidade de dar sequência a todo clima do baile, e os caras se garantiram. Fez todo mundo chacoalhar com seu som. Na segunda música já destilaram logo “Manuel” do Ed Motta e na sequência alguns sons novos da banda que estão sendo gravados ainda. Enfim, fez o baile bailar.

Pra encerrar a noite, já eram duas e alguma coisa da madruga, e o pessoal não arredava o pé para ver o Eddie, o show foi literalmente “Original Olinda Style”, encerrando a maratona com Ramones, só que com sua lombra frevística.''

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Por Hugo Montarroyos (www.reciferock.com.br)

É gratificante cobrir um festival em que tudo dá certo. Em que todos os 31 shows nos dois dias de evento começam rigorosamente no horário previsto. E, mais impressionante, que boa parte desses 31 shows funcione muito bem. Outra coisa bacana: atrações gringas, nacionais e locais foram tratadas da mesma forma. Talvez isso se explique pelo fato de os organizadores do DoSol, em Natal, serem músicos e terem bandas. Ou seja, eles sabem o que é estar do outro lado, em cima do palco, e tratam os artistas que contratam da mesma forma como gostariam de ser tratados: com respeito. O sorriso de satisfação que vi nos rostos dos produtores, bandas, público, e até imprensa (essa raça chata que só vê defeito em tudo) foi tão ou mais bonito do que os melhores shows da edição deste ano do festival. E eles foram muitos. Os internacionais Danko Jones, Pulverhund e The Exploited foram perfeitos. Pernambuco foi muito bem representado por Nuda, Eddie e Devotos (este último foi um dos grandes destaques do festival). Entre os potiguares, excelentes apresentações de Bugs e Distro. E ainda teve o carioca Confronto quebrando tudo....

Este ano, o primeiro dia do DoSol foi dividido em duas partes. A primeira seria uma espécie de “matinê” roqueira, enquanto que a segunda, intitulada “Barulhinho Bom”, se concentraria num público mais heterogêneo, com bandas que dialogassem mais com a música brasileira. E funcionou.

Primeiro com a pernambucana Nuda, dona de uma sonoridade tão ímpar que fica difícil de encaixá-los em qualquer categoria. O show deles prendeu atenção do público, que ficou concentrado na mistura de samba, cavalo-marinho, guitarras pesadas, reggae e psicodelia da banda. Músicas como “Samba de Paleta” e “Amar é Nenhuma” mostram um grupo extremamente original, ousado. Belo show de uma banda que merece ser ouvida por mais gente.

O DuSouto é um tremendo fenômeno local. Foi o show mais concorrido da noite. E o de maior apelo entre o público feminino. E o pior que vi em todo o festival. A banda é daquele tipo que você fica se perguntando por que diabos as pessoas gostam, pois não tem nada a oferecer. Um som mixuruca para gringo ver, uma falsa mistura de brasilidade e eletrônica, tudo embalado de forma plastificada, sem um pingo de originalidade, artificial, diluído. Mas faz um sucesso tremendo em Natal. A humanidade e seus mistérios…

Depois entrou a Orquestra Boca Seca, que tem a maior pinta de banda cover tentando fazer música autoral. O que ficou evidente na versão que fizeram para “Manoel”, do repertório de Ed Motta. Nada que acrescente ou que ofenda. Do tipo que ninguém se lembra no dia seguinte.

Apesar de tocar em Natal, o Eddie jogou em casa. Impressionante como a banda é querida na capital potiguar. E isso faz todo sentido. O Eddie tem a cara da cidade: praieiro, descontraído, divertido. Trummer estava com muita vontade de fazer um bom show, e conseguiu. Todas as músicas foram cantadas por todos, e tudo que leva a assinatura da banda tem cara de hit em Natal. Da fase mais brasileira até a mais antiga e roqueira, tudo é muito bem assimilado pelo público. E o todo acaba fazendo todo o sentido do mundo. O Eddie é de Olinda, mas poderia ser de Natal, Salvador, São Paulo…

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